A Festa das Cruzes do Guardão, no concelho de Tondela, é já Património Imaterial, depois de publicado em Diário da República o reconhecimento por parte do instituto público que avalia as candidaturas.
No caso, foi o Município de Tondela quem despoletou o processo em maio de 2023, data em que formalizou a candidatura para que as festas fossem incluídas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A Festa das Cruzes há mais de três séculos que junta as povoações de Castelões, Santiago de Besteiros e Campo de Besteiros, comunidades que anualmente, por altura da Ascensão, sobem à serra, juntando-se aos habitantes do Guardão, para cumprir “a promessa antiga” de agradecer a Nossa Senhora dos Milagres a sua ajuda na expulsão dos mouros.
Na festa utilizam-se cruzes, engalanadas com grinaldas, motivos vegetais, como flores ou frutos e legumes da época, metais preciosos, como ouro, e pérolas, ladeadas por lanternas.
Uma das particularidades desta festa reside no momento em que as cruzes se tocam, duas a duas, repetindo o abraço do povo aquando da expulsão dos mouros.
A Festa das Cruzes realizava-se tradicionalmente na quinta-feira de Ascensão, 40 dias depois da Páscoa, tendo passado em 2022 a acontecer no sábado seguinte para que mais pessoas possam participar neste evento religioso.
Para a presidente da Câmara de Tondela, Carla Antunes Borges, a decisão agora publicada em Diário da República “é um reconhecimento justíssimo e muito relevante não só para esta manifestação religiosa e cultural secular, como também para o concelho”.
“Com este reconhecimento, este evento deixa de ser do Guardão e do Caramulo e passa a ser português e isso é muito importante porque, a partir de agora, há também aqui uma responsabilidade nacional relativamente a este bem”, frisou.
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