Foto: D.R.

Os responsáveis pela Bio-região de São Pedro do Sul querem que os restaurantes e os hotéis do concelho, sobretudo os da zona das termas, utilizem produtos locais resultantes de uma agricultura sustentável.

“Interessa-nos que os hotéis e os restaurantes utilizem os produtos locais, mas está a ser difícil”, admitiu hoje Ângela Abreu, técnica da autarquia responsável pelo projeto da Bio-região de São Pedro do Sul, que foi criada em 2019.

Durante o seminário “Encontro das Bio-regiões de Portugal”, Ângela Abreu lembrou as mais de mil camas em unidades hoteleiras de São Pedro do Sul, considerando que, se a restauração recorresse a produtos de agricultura sustentável “certamente que íamos conseguir não só um escoamento de muito mais produtos, mas também que muita mais gente comesse bem”, frisou.

A responsável explicou que um dos objetivos da bio-região é “potenciar o turismo termal e incrementar o turismo eco-gastronómico”.

A bio-região – acrescentou – quer divulgar São Pedro do Sul “como um destino de saúde: não somos bons apenas porque a nossa água é maravilhosa, mas também porque aqui se come bem”, uma “comida de qualidade, feita de agricultura sustentável, com respeito pelos agricultores e pelo ambiente”.

“E gerando rendimentos para que as pessoas fiquem no território porque, no fundo, andamos a fazer isto tudo para ver se conseguimos atrair as pessoas para ficarem aqui”, sublinhou.

Ângela Abreu considerou que “as termas são a galinha dos ovos de ouro” do concelho de São Pedro do Sul, “mas esse ouro tem que ir para outros sítios”.

No âmbito da bio-região, foram criados programas de visitas a explorações, durante as quais os aquistas e os turistas podiam comprar os produtos e até participar nas atividades agrícolas.

“A ideia é, também nas termas, haver locais onde as pessoas possam comprar produtos biológicos”, acrescentou.

O presidente da autarquia, Vitor Figueiredo, confirmou que se trata de um concelho “onde o turismo assenta nas termas e na envolvente natural, que proporciona lazer e bem-estar”, e onde “predominam as explorações agrícolas de pequena e média dimensão”.

Nesse âmbito, “é cada vez mais importante apostar numa economia sustentável, assegurando uma alimentação adequada e, simultaneamente, conservar a natureza e os recursos naturais”, defendeu.

Segundo o presidente da Agrobio, Jaime Ferreira, “as bio-regiões são uma estratégia de desenvolvimento rural” e “uma ferramenta muito importante de promoção e desenvolvimento da agricultura biológica”.

“Mas não são só isso, há aqui uma ligação feita entre os produtores, todos os atores do território, as pessoas que trabalham no turismo, nas empresas de transformação, que têm lojas”, referiu.

Para Jaime Ferreira, “a agricultura biológica tem não só um papel de promoção de alimentos saudáveis, mas é também uma relação perfeita de integração social, de integração de hábitos tradicionais”.

Uma bio-região é um acordo de gestão sustentável do território baseado na agricultura biológica, com o envolvimento da respetiva comunidade local.

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