O líder do Chega, André Ventura, considerou hoje que a solução anunciada pelo Governo para o voto dos eleitores em isolamento vem “tarde” e defendeu circuitos diferenciados para evitar risco de infeção.

“A medida veio tarde. Nós esperávamos que isto já tivesse sido decidido há mais tempo”, afirmou o presidente do Chega, no final de uma arruada, em Viseu.

Além da demora na definição da medida, André Ventura criticou a solução de um horário diferenciado para pessoas infetadas, considerando que deveria haver circuitos alternativos para pessoas em isolamento, pelo menos nas cidades mais populosas.

Os eleitores que se encontrem em isolamento devido à covid-19 podem sair de casa para votar no dia 30 de janeiro, anunciou hoje a ministra da Administração Interna, adiantando que o Governo recomendará uma hora específica.

“O período mais adequado será, provavelmente, a última hora, entre as seis (da tarde) e as sete”, declarou Van Dunem.

A decisão do Governo surge após ter chegado ao Ministério da Administração Interna o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o voto dos eleitores em isolamento devido à covid-19 nas eleições legislativas de dia 30.

Para André Ventura, a medida devia ter sido decidida “há mais tempo”, até porque o “Governo já sabia que iríamos ter no dia das eleições, aproximadamente, várias centenas de milhares de pessoas em isolamento”.

“O Governo esteve à espera de um parecer, mas podia ter preparado o cenário eleitoral a tempo”, frisou, recordando as queixas de autarcas que defendem tempo para preparar as eleições.

Para o presidente do Chega, um horário diferenciado para pessoas infetadas, para além de não ser a solução ideal, na sua perspetiva, comporta alguns riscos.

“Juridicamente, não podemos fazer alterações à lei eleitoral agora. Ou seja, [o horário] não pode ser obrigatório, tem que ser uma recomendação”, notou, salientando que essa situação poderá levar ao cruzamento na mesma hora “de pessoas infetadas e não infetadas”, a votarem “nas mesmas mesas e nos mesmos circuitos de votos”.

Segundo André Ventura, a atual solução poderá contribuir para a abstenção, mas também aumentar o risco de um maior número de infeções” após as legislativas de dia 30.

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