A Câmara de Nelas vai criar uma comissão que vai acompanhar o funcionamento da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), com o objetivo de evitar descargas poluentes na ribeira de Travassos.
Esta comissão é uma resposta do Município de Nelas às queixas da população de Beijós, no concelho de Carregal do Sal, sobre descargas poluentes na ribeira de Travassos, atribuídas a um deficiente funcionamento da nova ETAR de Nelas, inaugurada em junho do ano passado e onde foram investidos cinco milhões de euros.
“A Câmara de Carregal do Sal, a Junta de Freguesia de Beijós e a população terão conhecimento de todas as análises e de todo o processo da ETAR”, garantiu o presidente da Câmara de Nelas, Joaquim Amaral, depois de visitar a ETAR acompanhado por alguns populares, do recém criado Movimento Pró Ribeira Limpa.
Uma das porta-vozes do movimento, Mariana Abrantes, lembrou que o problema “se arrasta há vários anos” mas Joaquim Amaral, que assumiu a autarquia de Nelas após as eleições de outubro passado, frisou que “antes havia uma ETAR que descarregava água sem haver tratamento, agora há tratamento”, ou seja, “a água é descarregada, mas só depois de tratada”.
O autarca assumiu que, recentemente, houve “um problema de descarga, mas que está resolvido”.
“Tivemos uma reunião com a Câmara de Carregal do Sal e a Junta de Beijós e dissemos-lhes que a situação estava resolvida e que iríamos monitorizar isso. Convidamo-los a conhecer a ETAR e foi isso fizemos”, acrescentou no final da visita.
A autarquia viu já aprovada a candidatura para um projeto que visa fazer o reaproveitamento da água da ETAR para fins industriais que, no entanto, só deverá estar concluído no segundo semestre do próximo ano.
“O projeto do aproveitamento da água andará à volta de 1,6 milhões de euros. O projeto está feito, já foi aprovado em reunião de Câmara e, portanto, o processo está a avançar”, assegurou.
O Movimento Pró Ribeira Limpa promete defender a sustentabilidade dos cursos de água a jusante do município de Nelas, atendendo à importância que têm para as populações.
“Beijós é uma aldeia do interior, numa zona muito agrícola, que já perdeu população e que estamos a querer salvar. Não nos podemos conformar com a perda da nossa ribeira”, sublinhou Mariana Abrantes.
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