O presidente da Câmara de Nelas, Joaquim Amaral, diz que herdou do anterior executivo uma situação financeira “muito grave” e já decidiu que vai pedir uma auditoria e sindicância à Inspeção Geral das Finanças.
O executivo liderado pelo social-democrata Joaquim Amaral, que em outubro venceu nas urnas o socialista Borges da Silva, que procurava um terceiro mandato no concelho de Nelas, divulgou um relatório sobre a situação que diz ter encontrado na autarquia, e onde denuncia o que diz serem “empreitadas e aquisições de bens e serviços sem cabimento e compromisso” no valor de cerca de 1 milhão de euros.
Pelas contas do atual executivo, a dívida da autarquia poderá chegar aos 21 milhões de euros, “se forem concretizadas uma série de obras de requalificação em centros de saúde e escolas secundárias do concelho, para as quais foi aprovado um empréstimo de 1,5 milhões, mas que estão sem candidaturas aprovadas”, pode ler-se.
O relatório alerta ainda para “a violação da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso”, e acusa o anterior executivo de ter usado o dinheiro dos munícipes de uma forma “ruinosa e irresponsável”.
Diz a Câmara de Nelas que a atual dívida contratada, a médio e longo prazo, é de cerca de 15 milhões de euros, mais 2,5 milhões de dívida a fornecedores, mais 1 milhão de euros de despesas que considera serem “irregulares” e perto de 900 mil euros de provisão para processos em contencioso, pode ler-se no relatório divulgado pela autarquia.
O ex-autarca, Borges da Silva, ainda não se pronunciou sobre este relatório divulgado pelo atual executivo na Câmara de Nelas.
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