Foto: CM SC Dão

O PSD de Santa Comba Dão está preocupado com a possibilidade do concelho perder um investimento na área do turismo que um empresário árabe previa fazer, a rondar os 1,2 milhões de euros.

O empresário Fares Nasser, que comprou a Quinta Nova do Soutal, que queria transformar em unidade de turismo rural, diz que foi burlado por um cidadão, também acusado de fraude com donativos para a Ucrânia, e o desagrado com a situação levou-o a ponderar cancelar o investimento.

Em comunicado, a comissão política de secção do PSD, presidida por António José Correia, referiu que o projeto foi apresentado em reunião da câmara e “prometia ser um investimento importante para o desenvolvimento e projeção turística do concelho de Santa Comba Dão”.

António José Correia, que é também vereador da oposição, levou o assunto à reunião de câmara de 21 de julho, questionando sobre o ponto de situação deste investimento.

“Respondendo à questão, o senhor presidente do município (PS) disse que não sabia de nada, o que já não deixa de ser habitual”, lamentou.

No seu entender, “apesar das questões do foro jurídico que possam estar associadas à relação entre investidor e colaboradores, num investimento desta monta e de interesse para o concelho, cabe sempre ao município tentar promover todas as condições” para que ele se concretize, “independentemente dos percalços que possam surgir”.

“Perante a resposta do senhor presidente resta, apenas, concluir que o acompanhamento do investimento por parte da autarquia foi nulo e que o empresário se sentiu abandonado e sem qualquer apoio ou orientação. E isto, a ser verdade, não é admissível”, considerou.

O PSD de Santa Comba Dão disse entender que “os investidores devem ser acompanhados em permanência e o município e seu presidente devem ter um papel de parceria efetiva e facilitadora com vista à concretização dos mesmos”.

A compra deu-se em 2019, depois de outros investimentos, nomeadamente em Góis, distrito de Coimbra.

No ano passado, para o projeto avançar, o empresário procurou um caseiro, uma pessoa que cuidasse da quinta e realizasse alguns trabalhos, não apenas no imóvel, como também no jardim, e acabou por aceitar a oferta de um indivíduo com quem nunca chegou a fazer um contrato, e que lhe terá pedido para morar num dos imóveis da quinta, com a mulher e um filho, o que o empresário, residente em Omã, aceitou.

Trata-se de um casal que está a ser investigado pelas autoridades portuguesas após acusações de pessoas que o acusa de burla com donativos para ajudar pessoas e animais na Ucrânia.

Fares Nasser afirma que avançou várias quantias de dinheiro, esperando em troca a realização de trabalhos e a respetiva aquisição de materiais, mas foi sabendo por várias pessoas da região que afinal o trabalho não estava a ser feito, nem o material, para o qual pedia dinheiro, estava a ser adquirido.

O empresário pondera vender a quinta pelo valor que comprou e investir os 1,2 milhões de euros em outra região.

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