A associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) tem “milhares de assinaturas” numa petição contra a prospeção e exploração de lítio na região de Viseu, adiantou o seu presidente, António Minhoto.
“É uma petição para dizer não. As pessoas não querem que seja pesquisado, prospetado e muito menos explorado o lítio e outros minerais, porque isto é pescar à linha, tudo o que vier à rede é peixe e o nosso abaixo-assinado é nesse sentido”, explicou.
Numa passagem pela feira semanal de Viseu, o presidente da associação de proteção ambiental AZU, acompanhado pelos responsáveis por outras associações ambientalistas, como a Olho Vivo e a Beira Serra contra as Minas, distribuíram folhetos informativos, onde mostravam mapas das áreas em causa e recolheram assinaturas.
“O abaixo-assinado está a ter uma boa aceitação e queremos continuar a recolher até ao próximo dia 10 de dezembro”, acrescentando que “a AZU pediu audiências aos autarcas de Viseu, Nelas, Mangualde e Carregal do Sal, tudo áreas envolvidas no distrito de Viseu, para que também eles lancem protestos e recolhas de assinaturas”.
António Minhoto considera que “o Governo lançou este processo à má-fé, porque o fez durante a campanha eleitoral autárquica e nem os autarcas sabiam”, acrescentando que, entre as ações desenvolvidas, “estão sessões de esclarecimento junto dos donos das terras que, em algumas zonas, são só pessoas mais velhas, porque já não há jovens”.
A petição está disponível na internet, mas, “como há muitas pessoas sem acesso”, estas associações vão “continuar junto das populações até dia 10 de dezembro”.
Do mapa em consulta pública, lembrou o ativista, constam os concelhos de “Viseu, Nelas, Mangualde, Seia, Penalva do Castelo, Pinhel, Guarda, numa área de cerca de 2,5 mil quilómetros quadrados que vão ser muito afetados” em caso de avanço da prospeção.
Para António Minhoto, se avançar a proposta defendida pelo Governo, “em toda esta região acabava a sustentabilidade ambiental e desenvolvimento, nomeadamente na área ligada à pastorícia, agricultura, até o turismo. E, por isso, não seria desenvolvimento, mas sim destruição”, apontou.
E acrescentou que se trata de “uma região que já sofreu a destruição das florestas com os incêndios e a exploração de urânio e volfrâmio com as consequências que são conhecidas e nefastas, tanto para as pessoas como para o ambiente”.
“Estas serão ainda pior, porque são a céu aberto num curto espaço de exploração, de cinco a 10 anos, e desengane-se quem pensa que vão trazer empregos sustentáveis. Não vai alterar e vai destruir tudo”, considerou.
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