O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, voltou hoje a lamentar que o Serviço Nacional de Saúde continue sem ocupar a nova Unidade de Saúde Familiar (USF) na ‘Casa das Bocas’ quando há na cidade de Viseu 9.811 utentes sem médico de família.

“É inacreditável que não haja condições para abrir uma USF ao mesmo tempo que temos 10 mil cidadãos de Viseu sem médico de família”, disse o autarca viseense no final de mais uma reunião do executivo.

As obras de reabilitação da Casa das Bocas, na Rua João Mendes, estão terminadas há cerca de meio ano e o edifício pronto para albergar a nova USF, como previsto num protocolo assinado entre a Câmara de Viseu e o Ministério da Saúde, mas a tutela mantém sem resposta as várias solicitações feitas pela autarquia para saber em que ponto o processo se encontra.

“Até agora, toda a gente se fechou em copas. Não temos nenhuma reação das entidades de saúde, nem a nível central, nem a nível local”, criticou o autarca viseense, lembrando que a autarquia a que preside gastou “mais de 2,5 milhões de euros” na requalificação do edifício e que a obra foi feita “num tempo relativamente aceitável”, começada em fevereiro de 2020 e concluída no final de 2021.

A empreitada contou com financiamento de fundos europeus e foi considerada uma das obras estruturantes na estratégia de revitalização do centro histórico.

Há cerca de uma semana, meia centena de médicos e utentes do Serviço Nacional de Saúde mostraram a sua perplexidade relativamente ao número de vagas abertas para médicos de família em Viseu, apesar da carência sentida na região.

Durante uma vigília no Rossio, foi exibida uma faixa com o motivo da sua indignação: “3 vagas para 11.716 utentes sem médico de família” no Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões.

Destes 11.716 utentes, 9.811 são na cidade de Viseu, para onde “não abriu qualquer tipo de vaga”, explicou uma das médicas que organizou a vigília.

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