A estreia de “A verdade tem três bocas”, dia 13 de maio, marca o arranque da Cem Palcos a nova designação da associação cultural Nicho, de Viseu.

Baseado num texto original da holandesa Hanneke Paauwe, “A verdade tem três bocas” é uma das duas estreias que a ‘Cem Palcos’ tem previstas para este ano.

“É um espetáculo sobre a morte e o arrependimento, mas é também um espetáculo sobre a vida e a procura de cada um de nós por aquilo que nos apaixona”, explicou o diretor artístic, Graeme Pulleyn.

Nesta primeira criação com a marca Cem Palcos participam um conjunto de artistas e criadores que incluem Graeme Pulleyn (encenação), Diana Sá, Filipa Fróis e Ricardo Augusto (interpretação), Gonçalo Alegre (criação e direção musical), João Doce (percussão), Cláudia Ribeiro (cenografia e figurinos) e Cristóvão Cunha (desenho de luz).

Após a estreia em Viseu, o espetáculo será apresentado em Santarém, Ourém, Viana do Castelo, Coimbra, Odemira e Leiria, sendo complementado com ‘workshops’ para alunos dos ensinos secundário e profissional, ao longo dos quais será feita uma reflexão sobre as dimensões da alimentação: ética, teatral e filosófica.

A mudança de nome de Nicho, que tinha atividade profissional continuada desde 2006, para Cem Palcos ficou a dever-se ao facto de um projeto “pequeno, fértil e cheio de potencial” precisar crescer.

“Partimos para um projeto mais sólido, mais ambicioso, mais abrangente e que possa ter uma outra presença em Viseu e a nível nacional”, justificou.

Graeme Pulleyn disse que a Cem Palcos pretende ser “uma estrutura de criação, de programação e de experimentação”, que tem a sua sede em Viseu, “mas que olha para o resto do país”.

Será “um ponto de encontro para artistas jovens e artistas mais experientes, para cruzamentos de experiências, de aprendizagens uns com os outros, de diferentes disciplinas”, como teatro, dança, música, artes visuais, artes tecnológicas e escrita, entre profissionais e não profissionais.

“Continuamos a deitar estas barreiras abaixo e aprendemos uns com os outros”, frisou o encenador, acrescentando que também será feita a ligação das artes a outras áreas, que vão da ciência à culinária, passando pela arqueologia e pelo ambiente, por exemplo.

Graeme Pulleyn explicou que o nome da estrutura tem duplo sentido: enquanto sem palcos se refere a “palcos sem convenções, que podem acontecer em qualquer sítio”, seja numa rua, numa caravana, no meio digital ou num castelo, cem palcos faz uma alusão às multiplicidades das pessoas que vão trabalhar para construir novos espaços de encontro.

A vereadora da Cultura na Câmara de Viseu, Leonor Barata, congratulou-se com este crescimento da Nicho, que considera provar o que é possível fazer quando há apoio.

“Não estou só a falar de financiamento, mas de olhar para os projetos com algum carinho. Depois eles crescem e dão frutos”, considerou a vereadora, que já acompanha o projeto há muitos anos, tendo inclusive participado nele enquanto bailarina.

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