O cartaz das Festas Populares de Viseu encerra este domingo, 24 de junho, dia de São João, com as Cavalhadas de Vildemoinhos, a festa tradicional coletiva ansiosamente aguardada por todos os Viseenses.
O cortejo, composto por 83 cavaleiros, carros tradicionais, artísticos e institucionais e grupos de fanfarras e bombos, terá início pelas 9 horas, tendo por tema, este ano, a “Cidade Europeia do Folclore”,
As Cavalhadas de Vildemoinhos irão percorrer as ruas das cidade de viseu, cumprindo 366 anos de tradição, inspiradas nas cores das Tricanas de Vildemoinhos, juntando a tradição das Cavalhadas com o passado do folclore trambelo.
Todos os anos, em dia de São João, a população de Vildemoinhos parte da sua aldeia e ruma em direção à cidade, num desfile de animação e carros alegóricos que atrai milhares de viseenses e visitantes. Desde os mais tradicionais, aos mais artísticos ou satíricos, a cor, as tradições, as quadras, os manjericos e a famosa broa são ingredientes que acompanham este cortejo. Mais do que festividade da cidade, as Cavalhadas de Vildemoinhos são parte da história desta povoação viseense, de moinhos e moleiros, e do seu triunfo perante as adversidades e as épocas amargas do labor. Desde 1652, é o símbolo de uma promessa, cumprida religiosamente a cada ano que passa.
Reza a História:
Em 1652 os moinhos existentes ao longo do rio Pavia estavam parados, porque a água do rio não corria. A responsabilidade seria dos agricultores, que para proverem às suas necessidade de rega fizeram açudes e represaram a água. Os agricultores necessitavam da água para regarem as suas culturas e os trambelos (habitantes de Vildemoinhos) necessitavam da água para fazerem mover as mós que moíam os cereais em Vildemoinhos.
O diferendo originou tumultos vários. Sem resolução à vista, os moleiros, na noite de São João, a pretexto de o festejarem, reuniram-se pela madrugada na capela de São João da Carreira, rogando-lhe que desse ao Pavia um volume de água suficiente para todos.
Foram também rio acima e destruiram os açudes e puseram de novo a água a correr. Assim, os moinhos tornaram a moer e estava assegurado o sustento deste povo. Os proprietários reclamaram ao juiz do povo e, após vários recursos apresentados, as autoridades de Lisboa deram razão aos moleiros. Estes deliraram de entusiasmo e resolveram ir, na noite de 23 para 24 de junho, em luzida cavalgada a São João da Carreira, agradecer ao santo. Para isso vestiram os seus melhor fatos, enfeitaram de fitas burros e cavalos e, levando à frente um grande “Estrondo”, puseram-se em marcha, com todos os seus serviçais, atrás deles, armados de alavancas, sacholas e roçadoiras. A partir desta data, os trambelos agradecem a São João e festejam todos os anos com as Cavalhadas.
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