O processo de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial do Barro Negro de Molelos, de Tondela, está mais perto de poder ser uma realidade, tendo entrado na fase de consulta pública.
A candidatura foi apresentada pelo Município em junho de 2023, tendo agora sido publicado em Diário da República o período de 30 dias para consulta pública, após a qual o Património Cultural – Instituto Público terá 120 dias para decidir sobre a classificação da olaria negra de Molelos, obtida através da tradicional arte da soenga, onde o barro é cozido com recurso a fornos a lenha, sendo as peças abafadas na fase final da cozedura, impedindo a entrada de oxigénio.
Este processo torna a louça completamente negra e em parte impermeabilizada, e há registo de testemunhos desta arte pelo menos desde finais do século XIX.
Para a autarca de Tondela, Carla Antunes Borges, está dado “um passo determinante neste processo de classificação do barro negro e que vem reforçar a importância que esta arte ancestral tem no concelho de Tondela”, pode ler-se na nota de imprensa do Município, acrescentando que, com este pedido de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, a Câmara de Tondela “pretende que seja reconhecida a importância que esta atividade tem para a economia local e para a identidade do território”.
Em Molelos, há sete oleiros que mantêm viva esta tradição secular, agora com uma aposta na inovação, no aperfeiçoamento técnico e numa abordagem mais criativa desta louça, que antigamente era exclusivamente utilitária.
Desde março de 2024 que o Barro Negro de Molelos é um produto artesanal certificado, encontrando-se inscrito no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, também na sequência de um processo liderado pela autarquia.
Para a Câmara de Tondela, o facto de o Barro Negro de Molelos vir a constar do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial seria o corolário da sua aposta na atividade de olaria e uma homenagem a todos os oleiros.
Recentemente a autarquia viu classificada como património imaterial nacional a Festa das Cruzes do Guardão.
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