O Estádio do Fontelo, em Viseu, vai voltar a receber jogos oficiais já esta quarta-feira, depois de mais de um ano sem competição.

Longos meses de obras de requalificação, para colocação de um novo relvado e um novo sistema automático de rega, e também de uma nova pista sintética para provas de atletismo, mas sem reforço da iluminação artificial.

É aqui que reside o problema para o Académico de Viseu, já que o relvado teve um OK, por parte da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), uma vez que os jogos serão todos durante a tarde, sem necessidade de luz artificial, estando assim o Fontelo em condições de receber os jogos das seleções, primeiro da equipa feminina de Sub17 (dias 16 e 19 de março), e mais tarde da masculina, também Sub17, dias 23 e 29 de março.

Já para jogos das competições profissionais, à luz do regulamento de competições em vigor, tal não é possível. O documento determina que, para jogos da I Liga, “o estádio deve estar equipado com um sistema de iluminação que garanta no mínimo 1.400 lux, no relvado na direção das câmaras principais e medida a 1,5m de altura do terreno de jogo”, luminosidade considera como a necessária para viabilizar transmissões televisivas e o uso do vídeoárbitro (VAR), enquanto para jogos da II Liga, “o estádio deve estar equipado com um sistema de iluminação que garanta, pelo menos, 1.200 lux”, o que o Fontelo, atualmente, está longe de apresentar.

A Liga abre a possibilidade de “caso o sistema de iluminação do estádio não garanta o mínimo de 1.200 lux, o clube deverá contratar a instalação provisória de iluminação que garanta aquele valor. Não o fazendo em tempo útil, a Liga Portugal contratará esse serviço, ficando imediatamente credora do clube dos correspondentes custos, acrescidos de 10%”, situação que chegou a ser usada, por exemplo, na meia-final da Taça de Portugal, na partida entre o Académico de Viseu e o FC Porto, mas os encargos são elevados, na ordem das dezenas de milhar de euros, bem abaixo dos custos com o aluguer do Estádio de Aveiro.

Mesmo que o Académico de Viseu optasse por realizar os seus jogos de manhã, ou durante a tarde, sem necessidade de luz artificial, não o poderia fazer porque, não cumprindo o que o regulamento determina, a Liga não aprovaria o estádio, que terá que cumprir todos os requisitos pré-determinados, entre os quais, o da potência da iluminação artificial.

Sobre esta situação, o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, fez saber que a autarquia “já entregou o projeto de iluminação, para licenciamento” e o próximo passo será “a fase de concurso e, depois, a fase de obra”, mostrando-se convicto que “na próxima época, o estádio deverá estar homologado para receber jogos da segunda liga”.

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