A Linha da Beira Alta vai ficar sem comboios durante cerca de nove meses, já a partir de terça-feira, dia 19 de abril.
Segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), “o encerramento integral torna-se imprescindível face às características técnicas dos trabalhos a realizar em diversos locais ao longo do troço” da linha, que liga Pampilhosa a Vilar Formoso.
Atendendo à “elevada complexidade” dos trabalhos, seria impraticável executá-los “mantendo a circulação ferroviária, mesmo que de forma condicionada”, justifica.
Com a interdição total em toda a extensão, a IP considera que fica garantida “a segurança dos trabalhadores em obra” e que as empreitadas decorrerão “com maior eficiência”, o que permitirá “importantes ganhos no encurtamento dos prazos de execução, poupanças ao nível dos encargos e forte mitigação dos transtornos provocados aos utilizadores”.
Desta forma, garante que, no início de 2023, os utilizadores da Linha da Beira Alta “passarão a dispor de um serviço de transporte ferroviário de maior qualidade, conforto, segurança e ambientalmente sustentável”.
“Por forma a minimizar os impactos negativos decorrentes deste constrangimento, e durante todo o período de interrupção do serviço ferroviário, serão disponibilizados, aos clientes da CP, transportes rodoviários alternativos, que em breve serão detalhados publicamente”, assegura.
A IP refere que tem havido um trabalho de colaboração “com os operadores ferroviários, autarquias e diversas entidades locais interessadas”.
A modernização integral da Linha da Beira Alta, integrada no Corredor Internacional Norte, tem “elevada importância na requalificação da Rede Ferroviária Nacional, disponibilizando às empresas e passageiros um transporte ferroviário mais eficiente nas ligações ferroviárias inter-regionais, bem como na ligação a Espanha e restante Europa”, sublinha.
Entre os objetivos desta modernização está a “melhoria das condições de mobilidade e acesso dos passageiros, através da remodelação das diversas estações e apeadeiros, incluindo o alteamento, alargamento e o prolongamento de plataformas”.
A redução de tempos de percurso, o reforço da segurança, ter uma infraestrutura ferroviária “dotada com os mais modernos equipamentos de controlo, sinalização e telecomunicações”, e a requalificação e supressão de todas as passagens de nível são outros propósitos.
A IP alude ainda ao “aumento em cerca de 20% do número de comboios a circular por ano e para mais do dobro da capacidade em número de toneladas/ano” e ao desafio de ser um transporte “ambientalmente mais sustentável”.
Atualmente, encontram-se em execução trabalhos de requalificação integral e modernização em cerca de 190 quilómetros da Linha da Beira Alta, divididos por várias empreitadas, estando previsto “um investimento global na ordem dos 500 milhões de euros”, acrescenta.
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