Depois de um agosto que se revelou extremamente “querido” para a faturação dos negócios portugueses, o final das férias de verão trouxe um abrandamento económico justificado, em grande medida, pela diminuição da faturação estrangeira.
De acordo com o mais recente relatório REDUNIQ Insights (parceria entre a REDUNIQ, líder em soluções de pagamento TPA físico e pagamentos online em Portugal, e a Return on Ideas, empresa de estratégia e consumer knowledge), sobre a evolução mensal da faturação em Portugal, em setembro, o peso da faturação estrangeira nos negócios nacionais desceu dos 30,3% registados em agosto (maior percentagem desde o início do ano) para os 23,8% com que terminou o mês setembro.
Quebra na faturação global foi transversal a todo o país
De forma global, face a agosto, a faturação total sofreu uma quebra de 15,8% em setembro, com especial relevo, em termos regionais, para o Algarve com menos 35,6%, Centro, zona onde se inclui Viseu, com quebras de 21,8%, Alentejo com 20,2%.
A quebra na faturação global de um ponto de vista regional acabou por ser transversal a todo o país, sendo que a Área Metropolitana de Lisboa foi a que conseguiu conter a queda com uma quebra de “apenas” 2,7%.
Apenas para referência, note-se que os Açores, Norte e Madeira fecharam setembro com quebras de, respetivamente, 18,2%, 17,5% e 13,6%.
Para além da queda na faturação de origem estrangeira, estas quebras relacionam-se diretamente com o recuo no número de transações e no ticket médio (valor gasto em média por compra).
Segundo o documento REDUNIQ Insights, no final de setembro, as transações tinham recuado 8,7% face a agosto, enquanto o ticket médio se ficava pelos 33,9 euros contra os 36,9 euros de agosto, valor mais alto de todo o ano de 2022 até ao momento.
Em termos setoriais, a razia foi quase total
Apenas o setor da Saúde e as Papelarias fecharam setembro com valores de faturação superiores aqueles que foram registados em agosto com, respetivamente, subidas de 16,8% e 10,8% (favorecidos pelas compras de material escolar).
No polo oposto encontramos a Hotelaria com uma quebra de 30,6%, a Restauração com 23%, as Gasolineiras com 20% (o aumento do preço dos combustíveis a fazer mossa), Acessórios Auto e Moda ambas com 14,8% e as Perfumarias com 12,2%.
Por último, o relatório indica ainda uma queda no número de consumidores em setembro de 7,2% face ao registado em agosto, percentagem que, em conjunto com os dados de que já demos conta, ajuda a explicar a quebra sentida na faturação total dos negócios portugueses durante o mês passado, algo que pode mudar já nos próximos meses devido à aproximação de épocas de grande consumismo como a Black Friday, Cyber Monday e, sobretudo, o Natal e Ano Novo.
Sobre o REDUNIQ Insights
O REDUNIQ Insights, que resulta da parceria entre a REDUNIQ (maior rede de aceitação de cartões nacionais e estrangeiros em Portugal que transacionou, em 2021, 20,4 mil milhões de euros em compras num total de 600 milhões de transações) e a Return on Ideas (empresa de estratégia e consumer knowledge), é uma solução de conhecimento que pretende disponibilizar análises com base em informação sobre a atividade do retalho nacional, suportando empresas na geração de insights e na tomada de decisões de desenvolvimento dos seus negócios.
As informações recolhidas para a elaboração dos relatórios refletem a dinâmica de entrada de novos pontos de venda no sistema REDUNIQ, a necessidade percebida pelos retalhistas de passarem a oferecer meios de pagamento alternativos aos seus clientes levou a um aumento da procura de TPA Contactless da REDUNIQ, e projetam o efeito de transferência para meios eletrónicos de pagamentos historicamente feitos em dinheiro vivo.
Percebidas como um todo, estas duas variantes ajudaram a desenhar o mapa detalhado da evolução transacional no sistema de Retalho português plasmado nos relatórios do REDUNIQ Insights.
(Artigo ‘Negócios’ – UNIK)