O CHEGA atingiu o objetivo de ser a terceira força política no concelho de Viseu, mas o candidato Pedro Calheiros admitiu que esperava mais do que os 1.542 votos que teve nas urnas.
Pedro Calheiros considerou que os 2,95% dos votos ficaram “um bocado abaixo dos mínimos” que perspetivava, apesar de o partido ter conseguido um eleito na assembleia municipal.
“Não é muito, mas é o suficiente para pôr alguém na política, a mostrar-se, a dizer aquilo que nós somos e aquilo que queremos, aquilo a que nos propomos e é também uma forma de marcarmos a nossa posição aqui em Viseu”, considerou.
Fernando Ruas (PSD) foi no domingo eleito presidente da Câmara de Viseu, com 46,68% dos votos (24.363) e cinco mandatos, enquanto João Azevedo (PS) conquistou 38,26% dos votos (19.968) e os restantes quatro mandatos.
Depois do Chega, a força política mais votada foi a Iniciativa Liberal, com 2,20% dos votos (1.147).
O seu candidato, Fernando Figueiredo, considerou “uma derrota, até em termos pessoais, o facto de ter uma votação inferior ao Chega, mas olhou para os resultados de “uma forma muito positiva e com alguma esperança” no futuro.
“Ficámos com uma votação muito superior em relação a partidos que andam cá há mais anos”, destacou Fernando Figueiredo, que assumiu a quarta força política no concelho, mas que considerou que o voto no Chega “é um voto no que há de pior na política portuguesa, no ‘bota abaixo’, no antissistema, que não acrescenta valor e não importam as ideias”.
O CDS-PP, que em 2017 tinha sido a terceira força mais votada, desceu para quinto lugar, conquistando 2,02% dos votos (1.054).
O BE garantiu, em comunicado, estar pronto “para quatro anos de resistência, pelas pessoas”, depois de a lista à Câmara de Viseu, encabeçada por Manuela Antunes, ter obtido 2,01% dos votos (1.051).
“Numas eleições autárquicas que repetem maiorias absolutas e soluções do passado, seremos a voz do futuro: pela ferrovia, pelos transportes coletivos públicos, pelos direitos dos animais, pela defesa do ambiente e contra a política do betão”, avisou.
Segundo o BE, “a eleição de uma deputada na Assembleia Municipal (Carolina Gomes) e de uma na Assembleia de Freguesia de Viseu (Catarina Vieira) assume especial significado tendo em conta que, neste novo cenário”, o partido é, “em todo o concelho de Viseu, a única força de esquerda com representação nos órgãos autárquicos”.
Ao BE, segue-se o PAN, que teve 1,26% dos votos (657) para a Câmara e 1,92% (1.003) para a Assembleia Municipal, o que o candidato Diogo Chiquelho considerou um resultado que “não é satisfatório”.
“Não conseguimos alcançar o objetivo a que nos propusemos, que era eleger a Carolina Almeida para a Assembleia Municipal”, lamentou, realçando ainda que “o decréscimo na tendência de voto no PAN de há quatro anos para cá também foi considerável”, apesar de não ter sido o partido que mais caiu.
O menor número de votos foi para a CDU, que conseguiu 1,17% dos votos (609). O candidato Francisco Almeida assumiu o “mau resultado” com surpresa.
Segundo Francisco Almeida, “a sensação era de que o resultado seria bom”, tendo em conta a campanha realizada, e lamentou a perda da única eleita municipal que o partido tinha, na Assembleia Municipal.
“É uma perda absolutamente injusta, se é que esta expressão se pode usar em processos eleitorais, porque a CDU tinha de facto um bom trabalho na Assembleia Municipal, reconhecido por toda a gente, até pelos adversários, mas aconteceu de facto”, lamentou Francisco Almeida.
De 92.444 inscritos no concelho de Viseu, votaram 52.189, ou seja, 56,45%. Foram ainda registados 2,17% (1.135) votos em branco e 1,27% (663) votos nulos.
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