Os deputados do PS eleitos por Viseu querem que o Governo “reajuste” o apoio financeiro para a requalificação e musealização da ‘Casa do Passal’, a antiga casa de Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal.

“O que nós queremos é que reajustem o apoio dos fundos comunitários a este novo valor e depois que a comparticipação nacional dos 15%, sobre o valor que vier a ser apurado, seja repartidos entre a Câmara e o Estado Central, porque isto não é uma obra da autarquia, é do país”, adiantou o deputado, e presidente da Distrital do PS de Viseu, José Rui Cruz.

Defendem os deputados do PS estar em causa “a avaliação e reajuste de valores que a Câmara de Carregal do Sal fez ao projeto para a requalificação e musealização da Casa do Passal, onde viveu Aristides de Sousa Mendes, lembrando que o projeto que existe, “já tem algum tempo” e tinha “um investimento de mais de 1,3 milhões de euros (ME)” com uma comparticipação de fundos comunitários em 85%.

Lembra José Rui Cruz que “a obra foi laçada a concurso, mas ficou deserto, não houve concorrentes”, não só porque “o país está com um problema de falta de empreiteiros” mas também “porque o valor não estaria ajustado”, recorrendo a uma reavaliação recente feita pela autarquia de Carregal do Sal que apontava para um valor de custos a rondar os 2 milhões de euros.

Assim, com este novo valor para as obras de requalificação da Casa do Passal, “o apoio comunitário de 85% terá de ser reajustado, porque foi aprovado para o valor inicial, de 1,3 ME, e não de 2 ME”, porque “há aqui mais de 1 ME que teria de ser suportado pela Câmara”.

“Isto é incomportável para a autarquia, ainda mais com a dimensão da de Carregal do Sal, é muito pesado e, por isso, este valor tem de ser reajustado assim como o do Estado e, por isso, subscrevemos e entregámos este projeto de resolução”, esclareceu.

O deputado socialista acredita que “o Governo não se irá esquecer disso”, dada a “importância da Casa para o País” e, mais ainda, numa “fase em que há tantos fundos comunitários que não se podem desperdiçar”.

José Rui Cruz especificou que, “do ponto de vista exterior, a casa está pronta, com a estabilização das paredes e a cobertura”, obras que foram concluídas em 2014, e, agora “falta tudo o que é obras interiores, com o rigor de manter o original, e a musealização e tratamento da casa à casa museu”.

O passo seguinte, da gestão do museu, já deu um passo em dezembro de 2020, aquando da assinatura de um protocolo entre a Direção Regional de Cultura do Centro, organismo do Ministério da Cultura, o Município de Carregal do Sal (distrito de Viseu), dono da obra, e a Fundação Aristides Sousa Mendes, proprietária da casa.

O documento estabelece os princípios da parceria a desenvolver entre os signatários para a definição do modelo de gestão e manutenção da Casa do Passal, a vigorar após a finalização destas referidas obras de requalificação e musealização e por um período de três anos.

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