Foto: D.R.

A Câmara de Lamego vai ampliar o canil da Serra das Meadas e assinar protocolos com clínicas veterinárias para apoiar a adoção de animais por pessoas com debilidades económicas.

“Vamos dar uma nova perspetiva e um novo impulso a esta questão dos animais de companhia e, para isso, temos um leque enorme de possibilidades juntamente com as associações, as clínicas veterinárias e os cidadãos”, adianta o presidente do município, Francisco Lopes.

Com as clínicas veterinárias, o protocolo passa por um “serviço mais alargado”, uma vez que a autarquia “só tem uma capacidade parcial de fazer algum tipo de intervenções, nomeadamente castração”.

“Precisamos das clínicas para dar resposta às situações em que não temos tecnologicamente capacidade para fazer intervenções, como as cirurgias mais complexas e também na disponibilidade de tempo”, justificou.

Outro dos serviços prestados será o “apoio complementar às pessoas com debilidade económica, que tenham animais de companhia, e que precisem de apoio financeiro para cumprirem as regras de sanidade que são impostas”.

“Reconhecemos que ter um animal de companhia, por exemplo, para um idoso que vive sozinho, é uma necessidade e uma forma muito importante de a pessoa encontrar equilíbrio emocional. E nós vamos estimular e apoiar essas situações”, assumiu.

A autarquia vai “também ser muito exigente com as pessoas que têm animais de companhia e que os abandonam”.

“Do ponto de vista legal, isso deve ser acautelado e fortemente penalizado”.

“Nos restantes, nos animais errantes que se multiplicam na via pública, compete aos serviços municipais fazer a necessária esterilização e acompanhamento de modo que não haja essa proliferação. E vamos contar com os cidadãos para isso”, reconheceu.

Assim, o executivo “criou uma nova figura, a do cuidador informal de animais de companhia, ou seja, as pessoas que gostam de animais e que estão disponíveis para dar um contributo, serão devidamente habilitadas e autorizadas pelo município para fazer o acompanhamento a esses animais que já não têm espaço no canil”.

O canil deixa de ser “só um espaço físico a receber animais” e passa a ter um “novo conceito, o de Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA), que introduz e acolhe este conjunto de outras valências e colaborações”.

“Vamos alargar os programas de esterilização e a estrutura do nosso canil municipal para mais de 100 animais, atualmente dá para cerca de 30, mas já excedeu. Vamos construir mais boxes, com todas as condições para os animais, e aumentar a área ao ar livre”, explicou.

Ou seja, “os animais que já vivam ao ar livre, e que serão recolhidos, terão ali boas condições sanitárias e de alimentação, num espaço físico alargado, onde poderão viver livremente, dentro do confinamento necessário”, disse.

O investimento para o CROA “ainda não está apurado, uma vez que o atual mercado da construção aponta para uma subida muito drástica de preços, sobretudo neste tipo em que utiliza estruturas metálicas e há também concursos de obras a ficarem desertos”.

“No total, não gostaríamos de ultrapassar os 200 mil euros. O apoio que o Governo dá para esta medida é absolutamente simbólico, de 15 mil euros, e ainda por cima foi recebido pelo anterior executivo e gasto sem qualquer utilidade. Com os protocolos, estamos a falar de 20 mil euros por ano”, contabilizou.

Francisco Lopes admitiu que “gostava de ver a obra pronta e a funcionar no final do verão”, apesar de reconhecer a dificuldade, tendo em conta o mercado da construção, mas, “pelo menos, o espaço exterior que estivesse pronto em quatro meses”.

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