A Câmara Municipal de Nelas tem no terreno uma nova equipa técnica da autarquia que anda pelo concelho a fazer a avaliação dos prejuízos causados pelos incêndios, com a situação dos pequenos produtores que viram afetada a economia familiar a ser das que mais preocupa o executivo.
O presidente da autarquia, Joaquim Amaral, adianta não haver ainda uma estimativa do montante dos prejuízos, mas reforçou a preocupação com a situação dos pequenos produtores, que têm na floresta ou na agricultura, o seu meio de subsistência.
Os cálculos apontam para que 2.500 hectares tenham ardido no concelho de Nelas, destruindo, sobretudo “mancha florestal, mas vinha, olival e terrenos agrícolas da economia familiar de subsistência”, onde havia “alguns empreendimentos de pequena e média dimensão”, frisou o autarca nelense.
“Estamos a falar de pessoas idosas, mas estamos também a falar de muita gente nova com negócios em áreas como a suinicultura, a cunicultura, a avicultura, a vitivinicultura e a criação de ovelhas e cabras para produção do leite usado no fabrico de queijo Serra da Estrela”.
A Câmara de Nelas tinha já no terreno uma equipa de assistentes sociais, psicólogos, mediadoras sociais, técnicas agrícolas e elementos das unidades de Saúde Pública e de Cuidados na Comunidade, agora reforçada com uma nova equipa técnica que está a validar e fazer a estimativa dos prejuízos.
O objetivo, segundo Joaquim Amaral, é acelerar o processo para que “fique completo o mais rapidamente possível” com “tudo inventariado”, estando os técnicos a fazer uma segunda passagem por todas as freguesias para que nenhum caso fique por registar e assim “as pessoas possam ter o apoio devido”.
No concelho de Nelas as chamas consumiram uma casa na freguesia de Senhorim, que segundo o autarca, está identificada como sendo de primeira habitação, mas não atingiram empresas.
No pós incêndios, a autarquia já avançou com trabalhos de estabilização e emergência, com a intervenção da Proteção Civil Municipal e das Equipas de Intervenção Permanente dos Bombeiros Voluntários de Canas de Senhorim e de Nelas e o apoio do Instituto de Conservação da Natureza e Floresta estando, entre outras, a ser feita a sementeira de gramíneas, a limpeza e estabilização das linhas de água, a criação de barreiras de estabilização, o arranjo dos caminhos florestais e a estabilização de taludes.
Uma das prioridades é reforçar meios que evitem o deslizamento de terras, resíduos e sedimentos para as linhas de água.
Esta semana continuará a ser distribuída ração para alimentação animal, sem esquecer o setor da apicultura.
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