A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões apresentou hoje o projeto de “deteção e combate à espécie exótica invasora vespa velutina”, que vai implementar ao longo de três anos, e onde vai investir cerca de 330 mil euros.

“Neste momento é algo que nos tem preocupado, com o problema que causa nos rendimentos dos nossos apicultores” e o projeto visa dar a conhecer “como é que se faz a deteção e, sobretudo, como é que se faz o combate” à vespa velutina, também conhecida por vespa asiática, explicou o presidente da CIM, o autarca viseense Fernando Ruas.

O projeto prevê um trabalho “em rede” entre os 14 municípios que integram a CIM Viseu Dão Lafões, mas também de outros da região Centro onde estão a ser desenvolvidos projetos similares, de combate à vespa velutina, uma espécie predadora que ataca colmeias e provoca grandes prejuízos na produção de mel.

O plano da CIM Viseu Dão Lafões conta com um investimento de cerca de 330 mil euros, comparticipado em 85% por fundos comunitários, sendo o resto da responsabilidade dos 14 municípios, e vai ser desenvolvido em colaboração com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

“Começamos com a vigilância ativa com a colocação de ramadinhas a cada três quilómetros e substituídas a cada 15 dias e, assim, vamos identificando a presença desta vespa e vamos perceber como é que se instala”, explicou Nuno Capela, da FCTUC.

Depois de detetados os “pontos sensíveis”, o projeto passa para a fase seguinte de combate à vespa com a testagem de novos produtos de eliminação de ninhos” para, no fim de três anos, os técnicos apresentarem “um relatório com toda a informação e as boas práticas” a aplicar.

O projeto tem por base informação recolhida com experiências semelhantes em vários pontos no país, e também no estrangeiro, e que melhor possam ser replicadas e desenvolvidas na região.

Segundo a CIM Viseu Dão Lafões, “durante o primeiro ano este trabalho vai ser realizado por pessoas da Universidade de Coimbra, mas o objetivo é ir formando técnicos municipais para dar continuidade ao projeto”.

“Além das armadilhas e feromonas vamos adquirir também equipamento de proteção individual, hipsómetros, binóculos, kits de destruição de ninhos e informação sobre os procedimentos de monitorização dos ninhos e vespas velutinas”, acrescentou André Mota.

Por enquanto, reconheceram os técnicos, “ainda não é possível saber de que forma é que a vespa está presente no território” da região Dão Lafões até porque “há municípios que não atualizam a informação na plataforma “stop vespa” que é de âmbito nacional”.

As armadilhas são instaladas “numa rede uniforme para com os dados perceber quais são as zonas mais afetadas” e, “à medida que os dados são recolhidos, quinzenalmente, são informadas as autarquias”, acrescentaram.

“Assim, as autarquias percebem quais as zonas onde existem mais vespas para, a partir daí, tentarem atuar. Mas, no final, também vamos compilar todos os dados e analisar tudo, como a presença de apiários, de rios, tudo, para criar uma estratégia”, sublinhou Nuno Capela.

Integram a CIM Viseu Dão Lafões os concelhos de Aguiar da Beira (distrito da Guarda), Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Santa Comba Dão, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela (distrito de Viseu).

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