Tiago Lima

“Não queremos a Nato na fronteira Russa – O que fazer então? Conquistar território até à Polónia, Eslováquia e Hungria – Todos membros da Nato.”

A luta pela Ucrânia é uma batalha pelo liberalismo. Os europeus aparentam ter uma Síndrome de Estocolmo com Moscovo, ao ponto de não se libertarem economicamente do totalitarismo Russo. As medidas tomadas ao longo dos últimos anos (ou a ausência delas), levaram a Europa a depender em grande parte de matérias primas vindas de Moscovo e Kiev. Einstein falhou em dois momentos da sua vida, mas não na sua defesa pela energia nuclear como alternativa aos combustíveis fósseis. A aproximação da Europa a partidos políticos ambientalistas pouco baseadas na evidência científica (como em Portugal também existem), fez com que a União Europeia, não se libertando politicamente destes partidos, não se precavesse deste laço económico Russo.

Por outro lado, os totalitaristas orientais veem nesta demanda europeia a altura ideal para demonstrar ao ocidente que a Rússia ainda tem uma resposta a dar enquanto nação e enquanto potência mundial. Na tentativa de fazer frente aos EUA e à Europa, juntamente com o crescimento económico da China, a Rússia viu num pós-crise pandémica a altura ideal para demonstrar a vontade de pertencer à elite e como o comunismo ainda mantém as suas raízes estalinistas.

O presidente Vladimir Putin quer conquistar a Ucrânia e traze-la de volta ao estado Russo como forma de começar a reformar o Império Soviético, enquanto que, por outro lado, os ucranianos lutam pela sua liberdade social, por manter o seu país, modo de vida e valores democráticos, pois eles sabem que se perderem esta guerra, o presidente Putin instalará o regime que lhe está associado e acabarão por esquecer uma verdadeira democracia na Ucrânia.

Os membros da NATO reuniram-se com o objetivo de tomar medidas para se defender da ofensiva russa. Essas medidas, ainda que escassas, estenderam-se ao fornecimento de alimentos, água e armamento à Ucrânia. O ocidente sabe que, se estas medidas protetivas falharem, torna-se altamente provável que Putin olhe mais para o oeste em direção a outro país ex-soviético como a Moldávia, e talvez, também, à Polônia. O politicamente correto e as relações diplomáticas à discrição com países politicamente extremistas, levou a Europa à situação em que se encontra atualmente.

É curioso que a história se volte a repetir. No período da 2ª Guerra mundial, milhares de cidadãos morreram ao tentar fugir da RDA (Alemanha comunista) para a RFA (Alemanha democrática). O mesmo acontece agora na Ucrânia com muitas pessoas a fugirem para países ocidentais através dos corredores humanitários. Os cidadãos e democratas do ocidente também tomam medidas.

Dentro dessas medidas, estão as sanções à Rússia, o que está a aumentar substancialmente o custo das mercadorias. A Alemanha já cancelou o oleoduto Nordstream 2, os americanos viram a inflação aumentar e todos os países viram o preço do petróleo subir.

A luta pela Ucrânia é importante para o liberalismo. Para o Ocidente, é uma guerra contra o autoritarismo e totalitarismo de Putin e para os ucranianos, a tentativa de manter o seu próprio modo de vida e seu país como o conhecem. O futuro do mundo ocidental está na balança desta guerra. Esta é, em última análise, uma guerra entre o liberalismo do ocidente e o totalitarismo do oriente.”

Artigo de Tiago Lima – Membro e Vogal da Coordenação do Núcleo de Viseu da IL