Foto: IP

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, comprometeu-se hoje em Viseu a desenvolver esforços para acelerar as obras de requalificação do IP 3.

“Farei tudo ao meu alcance para, em articulação com a Infraestruturas de Portugal, acelerarmos o desenrolar desta obra e termos o lançamento da empreitada entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, e máquinas no terreno em 2024”, afirmou durante a cerimónia de consignação da nova ligação entre o antigo IP5 e a Zona Industrial de Mundão, em Viseu.

O governante considerou a requalificação em curso como “a maior obra rodoviária financiada pelo Orçamento do Estado”, e admitiu atrasos. “O projeto do IP3 tem sofrido alguns atrasos face ao planeado, não só pelas restrições impostas pelo período de pandemia, mas também devido à dimensão e complexidade do projeto, e ao atraso no processo de Avaliação de Impacte Ambiental”, justificou João Galamba.

“Sabemos bem da relevância desta estrada que atravessa seis concelhos (Coimbra, Penacova, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela e Viseu), pertencentes aos distritos de Coimbra e Viseu, e que tem impacto na área de duas Comunidades Intermunicipais”, acrescentou o titular da pasta das Infraestruturas.

Quanto ao presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, aproveitou a presença do ministro para lhe pedir “encarecidamente” que o Governo “leve a Bruxelas a possibilidade de financiar o IP3 e torná-lo numa autoestrada”, solução defendida pelo autarca viseense  após uma recente deslocação a Bruxelas, onde diz ter recebido a informação que, “se houvesse justificação, pelo Governo do Estado membro respetivo, para haver a obra, ela poderia ser financiada”.

“Tive oportunidade de dizer que não vejo nenhuma outra estrada, se calhar na Europa, onde seja mais fácil justificar a sua duplicação”, frisou o antigo eurodeputado.

Por isso, Fernando Ruas disse esperar que o Governo português leve à Direção Geral de Política Regional (DG Regio) da Comissão Europeia “a possibilidade de financiar esta estrada com perfil de autoestrada”.

“O senhor ministro acabou de afirmar, com a senhora ministra (da Coesão) Ana Abrunhosa, que o IC (Itinerário Complementar) 31, que liga a (autoestrada) A23 à fronteira espanhola, vai ter perfil de autoestrada. Ninguém daqui perdoaria o Governo se não fizesse a mesma coisa em relação ao IP3. Ninguém perdoaria”, sublinhou.

O autarca social-democrata aproveitou ainda a presença de João Galamba para dizer que assistiu à apresentação do Plano Ferroviário Nacional e viu, “com muito gosto, que Viseu está apontado para a alta velocidade”, no eixo Aveiro – Vilar Formoso.

“É evidente que não nos agrada o horizonte temporal. Eu próprio não verei nunca essa obra concretizada”, referiu.

E acrescentou um pedido: “Gostaria que o senhor ministro deixasse aqui esse compromisso de que a ferrovia, quando vier, é mesmo por aqui, até para cumprir o desígnio do Governo, que nos prometeu, há muito tempo, que cada capital de distrito seria servida por via férrea”.

“Tendo por base o desígnio de levar a ferrovia a todas as capitais de distrito, o comboio tem mesmo de regressar a Viseu. Portugal precisa e o distrito de Viseu merece”, respondeu-lhe o governante.

João Galamba lembrou que “o Plano Ferroviário Nacional, que está em consulta pública até ao final do mês, prevê a construção de uma nova ligação ferroviária entre o litoral e o interior Centro, no eixo Aveiro – Viseu – Guarda – Vilar Formoso”.

“Estamos, por isso, convictos de que, em breve, Viseu deixará de ser a maior cidade da Europa sem ligação ferroviária, sendo certo que isso vai permitir catapultar o crescimento desta região e melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, assegurando melhores ligações ao resto do território nacional”, acrescentou.

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