A primeira edição da V21 Rural encerrou na passada quinta-feira, 7 de outubro, na Incubadora de Base Rural, em São Pedro de France, com a apresentação dos oitos projetos finalistas.

“Perspetivam-se negócios de sucesso e todos são unanimes em considerar que este programa promovido pela Vissaium XXI e pelo Município de Viseu, foi o empurrão necessário para seguir em frente”, realça comunicado, anunciando que “em cima da mesa está o lançamento de uma segunda edição com o objetivo de continuar a mudar vidas e a tirar projetos da gaveta“.

Para Sérgio Lorga, Diretor da Vissaium XXI, “é a oportunidade para testarem a sua motivação, a ideia de negócios e o mercado”, referindo que o projeto propôs que os empreendedores respondessem a um conjunto de questões antes de avançar. Para os que terminam agora o programa, Sérgio Lorga sublinha que este foi apenas o primeiro passo, agora é preciso manter a cadência. “É como andar de bicicleta, se deixamos de pedalar caímos”. Também José Couto, Presidente da Vissaium, destacou os resultados positivos do programa e desejou um futuro auspicioso para os oito finalistas. “Ser empresário é difícil. É arriscar todos os dias, mas nós estamos cá para ajudar”.

João Paulo Gouveia fez referência à enorme taxa de mortalidade nos negócios rurais nos primeiros cinco anos, defendendo que este tipo de programas é essencial para aumentar a taxa de sucesso, na medida em que prepara os empreendedores. “Defendo mesmo que estes programas de mentoria deveriam ser obrigatórios em todos os projetos de instalação de jovens agricultores”. O vereador da Câmara Municipal de Viseu frisou que o Viseu Rural, no qual se insere este programa, é para continuar ainda mais robusto no futuro.

Também a Presidente da Câmara de Viseu, Conceição Azevedo, fez um balanço muito positivo deste programa inovador. “Não pode haver melhores resultados do que ver negócios no terreno e com provas dadas. É sem dúvida um contributo muito positivo para fixar pessoas na nossa região”.

Finalmente José Martino, CEO da Ruris que acompanhou todo o programa, elogiou o facto desta incubadora ser muito mais do que “um espaço imobiliário”, que, com o V21 Rural, vem munir os empreendedores de um conjunto de competências, apostando, desta forma, verdadeiramente, nos seus projetos e contribuindo, assim, para a “criação de postos de trabalho e valor acrescentado para o território”.

A VissaiumXXI apresenta ‘oito projetos, oito mudanças de vida’, com os testemunhos dos oito empreendedores:

Oito percursos diferentes, oito projetos que, agora, um a um, estão a brotar e muitos dos quais são já negócios pautáveis que prometem contribuir para dinamizar o tecido económico de Viseu. 

Há 14 meses, a maioria estava na estaca zero, outros tinham o projeto engavetado há anos e outros vieram à descoberta e concluíram que o empreendedorismo lhes assentava como uma luva. “Quando integrei o projeto havia apenas uma ideia muito vaga. Todas as ferramentas foram construídas aqui. Sem o V21 Rural não seria possível. Quando começamos este projeto, longe de mim imaginar que estaríamos assim com um diploma nas mãos e muitos dos projetos já a andar”, explica Lídia Marques que, através de uma mala de cartão, promete levar os melhores produtos endógenos de Viseu ao mundo. Pedaços autênticos que serão um antídoto para a saudade. Paula Lomelino corrobora a versão da colega, destacando a importância do programa para conseguir “estruturar todo o seu projeto, através de capacitações em diversas áreas, e de tutorias individualizadas”. A empreendedora vai avançar com o projeto de turismo rural na região que irá proporcionar um conjunto de experiências ligadas ao artesanato e às raízes, mas hoje vive bem longe. Sempre que vinha a uma sessão do programa eram cinco horas em viagens, mas, quando lhe perguntam, não hesita na resposta: “sem dúvida nenhuma, o programa foi fundamental para avançar” remata.

Agora, terminam o programa com um plano de negócios estruturado ao pormenor. O braço direito para todos os desafios que se avizinham. “A ideia estava lá, mas não estava estruturada. Não tinha ideia de como transformar a ideia num negócio”, refere a empreendedora Ângela Santos que avançou com um sonho antigo e hoje pinta vasos personalizados. Também Catarina Mesquita que avançou com uma plantação de medronheiros, garante que “todo o tempo perdido neste projeto foi ganho com a aquisição de novos conhecimentos que lhe permitiram construir uma outra visão no mundo dos negócios”.

Proximidade, entreajuda, trabalho de campo, e acompanhamento personalizado foram os pilares do programa V21 Rural que ajudou a tira 8 projetos do papel.  Nas palavras de Isabel Cabral “trouxe ânimo, força e os conhecimentos necessários para materializar o projeto” de plantação de pinheiros mansos para produção de pinhão, uma ambição antiga.

“Dizer que foi o empurrão é pouco, este projeto foi tudo” acrescenta Raquel Rodrigues que descreve o projeto que agarrou pouco tempo depois de chegar a Portugal. Hoje, já tem estruturado um conjunto de experiências religiosas, e fé  no futuro não lhe falta.

Os empreendedores arrancam, assim, o seu caminho de empresários com uma rede de contactos sólidos, como relata Bárbara Cardoso. “O trabalho em equipa fez toda a diferença, imagino-me no futuro a fazer parcerias com todos os meus colegas”, sublinha a empreendedora que apostou em um negócio com várias vertentes: apicultura, mirtilos e turismo rural. Também Daniel Oliveira destaca a importância do projeto ter criado uma verdadeira comunidade. “Saio deste projeto com uma mão cheia de novos contactos no telemóvel, com os quais sei que posso contar”. Para o empreendedor, que se propõe a criar novas respostas eletrónicas, à medida de cada cliente, este foi um projeto diferenciador que lhe permitiu “sair da zona de conforto e proporcionou uma vertente muito prática, “através da interação com empresas de sucesso e contacto com outros empreendedores”, sublinha, desejando que na próxima edição ele e os restantes sete pioneiros possam estar presentes, partilhando o seu testemunho aos novos empreendedores.


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