O presidente da Câmara de Moimenta da Beira considera que o estudo europeu divulgado esta semana, sobre o uso de pesticidas na fruta, está “desfasado no tempo”, justificando que, atualmente, “a maçã está praticamente livre”.

“Eu acredito em todos os estudos, porque acredito no saber e na informação científica, no entanto, os estudos têm o seu tempo e este revela dados com nove anos, está completamente desfasado no tempo”, considerou Paulo Figueiredo.

O autarca reagiu assim ao estudo divulgado na segunda-feira pela rede PAN Europa, e que reúne 38 organizações de consumidores, de saúde pública e ambientais, entre outras, que referia que as maçãs e peras cultivadas em Portugal estão entre as frutas com maior quantidade de pesticidas perigosos, com base numa análise a fruta fresca europeia relativamente a 2019.

Em 85% das peras portuguesas testadas e em 58% de todas as maçãs testadas foi encontrada contaminação por pesticidas perigosos. A nível da União Europeia, segundo o estudo, as taxas de contaminação tanto para maçãs como para peras mais do que duplicaram entre 2011 e 2019.

“Isto está destorcido no tempo, porque nos últimos dois, três anos tem havido uma evolução fantástica a este nível e, por exemplo, os nossos fruticultores têm aplicado e implementado regras muito específicas da União Europeia que obrigam à redução dos pesticidas”, defendeu o autarca.

Paulo Figueiredo disse ainda que “uma boa percentagem das maçãs, que é a fruta principal do concelho, tem níveis muito reduzidos, com os níveis de toxidade praticamente a zero” e isto, continuou, “porque cumprem com as normas europeias”, tanto “para a sustentabilidade ambiental como para a saúde”.

“E as nossas maçãs passam por uma série de análises, nomeadamente através das grandes superfícies, que fazem de forma constante a todos os lotes fornecidos, assim como os próprios produtores que também controlam”, acrescentou.

O autarca disse “lamentar este tipo de estudo desfasado no tempo, principalmente quando já não corresponde à realidade e só vem criar impacto negativo junto dos fruticultores que, são os que menos ganham e mais trabalham para a qualidade da maçã”.

“Neste momento, Moimenta da Beira é responsável por cerca de 20% da produção nacional da maçã e se juntarmos os municípios aqui à volta, como Armamar, Sernancelhe e Lamego, acredito que somos responsáveis por mais de 50% da produção nacional”, referiu.

Paulo Figueiredo sublinhou a qualidade da maçã desta região do norte do distrito de Viseu e considerou que “é de qualidade e é das melhores maçãs do País e do mundo, e, sem exagero, porque é sem dúvida das melhores do mundo”, concluiu.

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